Carnaval da Preparação
O que você prefere fazer no Carnaval?
Em tempos de comemorações carnavalescas, algumas pessoas preferem se retirar da atmosfera festiva e se dedicar a se preparar para o início oficial do ano. Um amigo meu postou em seu perfil do Facebook que o Brasil é o único país do mundo que tem dois inícios de ano. Concordo com ele!
Em alguns momentos a reclusão para um local mais retirado, mais calmo, mais afastado de todo o agito das folias carnavalescas faz bem para a alma, pois temos um tempo só nosso de preparação para a entrada "oficial do ano".
Este ano aproveitei e fui me refugiar no meio da mata Atlântica para me preparar para o Ano que se abre após a 4ª feira de Cinzas. O local escolhido foi o litoral norte de São Paulo, onde usufrui de momentos especiais com amigos queridos, longas conversas sobre a existencialidade humana, com os nossos corpos estendidos na areia da praia, o ócio levando o dia calmamente, e em companhia de muitos siris. E lá, fiquei analisando este comum habitante das praias brasileiras. O siri que encontramos no Brasil é da espécie Callinectes sapidus, faz buracos na areia e à pequena aproximação humana corre em desespero em direção ao mar ou se resguarda em seu buraco. Fiquei observando por horas um siri que estava perto dos meus amigos. Primeiro se aproximou um cão com seu dono e saiu correndo atrás do siri, cavando e enfiando o focinho na própria casa do crustáceo, tentando encontrar o siri para comê-lo. Depois que o cão se foi, ele continuou seu trabalho diário de cavar mais buracos. Chegou uma família de banhistas com 3 crianças de idades variadas entre 4 a 10 anos aproximadamente e capturaram o siri dentro de um balde. As crianças jogavam o siri de lá pra cá. Os pais achavam lindo, riam alto e se divertiam muito com a situação do siri. Passado meia hora se cansaram e jogaram o siri no meio da praia. Este ficou meio atônito, pois estava tonto, mas assim que sentiu a areia começou a cavar. Logo após um outro banhista que caminhava na praia quase o pisoteou, separando o siri da morte por 1 cm de distância. O siri avesso a todos os intempéries, continuava a cavar. Depois veio a onda do mar e acabou novamente com seu buraco.
E assim, findou-se o Carnaval do siri nas praias paulistanas. Conseguiu sobreviver a possíveis mordidas caninas, ao desrespeito humano, a um atropelamento, e talvez consiga seguir o rumo de sua curta vida que dura em média um ano e meio, e vire substrato natural na cadeia alimentar da vida.
UFA!!! Que Carnaval agitado pelo menos para o siri.
Em tempos de comemorações carnavalescas, algumas pessoas preferem se retirar da atmosfera festiva e se dedicar a se preparar para o início oficial do ano. Um amigo meu postou em seu perfil do Facebook que o Brasil é o único país do mundo que tem dois inícios de ano. Concordo com ele!
Em alguns momentos a reclusão para um local mais retirado, mais calmo, mais afastado de todo o agito das folias carnavalescas faz bem para a alma, pois temos um tempo só nosso de preparação para a entrada "oficial do ano".
Este ano aproveitei e fui me refugiar no meio da mata Atlântica para me preparar para o Ano que se abre após a 4ª feira de Cinzas. O local escolhido foi o litoral norte de São Paulo, onde usufrui de momentos especiais com amigos queridos, longas conversas sobre a existencialidade humana, com os nossos corpos estendidos na areia da praia, o ócio levando o dia calmamente, e em companhia de muitos siris. E lá, fiquei analisando este comum habitante das praias brasileiras. O siri que encontramos no Brasil é da espécie Callinectes sapidus, faz buracos na areia e à pequena aproximação humana corre em desespero em direção ao mar ou se resguarda em seu buraco. Fiquei observando por horas um siri que estava perto dos meus amigos. Primeiro se aproximou um cão com seu dono e saiu correndo atrás do siri, cavando e enfiando o focinho na própria casa do crustáceo, tentando encontrar o siri para comê-lo. Depois que o cão se foi, ele continuou seu trabalho diário de cavar mais buracos. Chegou uma família de banhistas com 3 crianças de idades variadas entre 4 a 10 anos aproximadamente e capturaram o siri dentro de um balde. As crianças jogavam o siri de lá pra cá. Os pais achavam lindo, riam alto e se divertiam muito com a situação do siri. Passado meia hora se cansaram e jogaram o siri no meio da praia. Este ficou meio atônito, pois estava tonto, mas assim que sentiu a areia começou a cavar. Logo após um outro banhista que caminhava na praia quase o pisoteou, separando o siri da morte por 1 cm de distância. O siri avesso a todos os intempéries, continuava a cavar. Depois veio a onda do mar e acabou novamente com seu buraco.
E assim, findou-se o Carnaval do siri nas praias paulistanas. Conseguiu sobreviver a possíveis mordidas caninas, ao desrespeito humano, a um atropelamento, e talvez consiga seguir o rumo de sua curta vida que dura em média um ano e meio, e vire substrato natural na cadeia alimentar da vida.
UFA!!! Que Carnaval agitado pelo menos para o siri.

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